Jovens criam biofilme de romã e jatobá que combate apodrecimento de frutas

Jovens
Foto: Gabriel Pinheiro

O apodrecimento de frutas é uma preocupação na cadeia de supermercados e entre consumidores brasileiros. Quem nunca se deparou com a desagradável surpresa de encontrar uma fruta estragada em casa? Buscando alternativas para esse problema, estudantes do Colégio Estadual de Tempo Integral Norberto Fernandes, no município de Caculé, no Sudoeste da Bahia, desenvolveram um biofilme, à base de romã e jatobá, que tem potencial de combater o apodrecimento de frutas como manga, banana e maçã.

Os jovens cientistas Álvaro Costa, Arthur Mota, Artur Trindade, João Brito, Lavínia Neres e Ludmila Novaes pensaram em buscar matérias-primas abundantes na região. “A ideia, que surgiu em sala de aula, foi usar frutas e plantas que a gente já conhece do dia a dia, mas que nem sempre têm seu potencial valorizado. A romã e o jatobá chamaram atenção por terem propriedades antimicrobianas e antioxidantes naturais, por isso pensamos em juntar essas características para criar algo que ajudasse na conservação de alimentos”, afirmam Artur Trindade e João Brito.

Depois da pesquisa teórica sobre as propriedades químicas dos ingredientes, os estudantes prepararam os extratos das plantas e fizeram os testes de formulação até chegar na textura e espessura que consideravam ideais para o biofilme. “Aplicamos nas mangas e acompanhamos o tempo de conservação comparando com frutas sem o revestimento. Tivemos ótimos resultados também com a aplicação na maçã e na banana”, destaca Ludmila Sousa.

Entusiasmada com a possibilidade de patentear a ideia, a professora orientadora, Edjane Costa, valoriza a participação dos estudantes em projetos científicos. “A inserção dos jovens na ciência e no empreendedorismo é fundamental. Quando o aluno tem a chance de pesquisar, testar ideias e ver resultados concretos, ele começa a enxergar o conhecimento de outra forma. É uma forma de despertar a criatividade, o senso crítico e até novas perspectivas de futuro profissional”, diz.

Destaque no Bahia Tech Experience (BTX), principal evento de inovação do estado, promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e Sebrae, o biofilme conta com apoio da Secretaria da Educação (SEC) e da comunidade escolar. As próximas etapas, segundo Edjane Costa, envolvem o aprimoramento da fórmula para testagem em outras frutas e alimentos. “Também queremos fazer análises mais detalhadas sobre o tempo de conservação e buscar parcerias com universidades ou empresas pra dar continuidade ao desenvolvimento”.


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